quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O meu melhor sorriso, é seu.


Quatorze de Outubro. Um dia normal, como todos os outros. Apesar de ser seu décimo sexto aniversário, nada havia mudado pra ela. Não ainda.
Muitos recados no orkut, twitter, e todos os outros meios de comunicação online, ligações, mensagens. Nada de mais. Nada á mais do que normal.
Não pra ela.
Havia uma coisa que a estava deixando louca. Ela estava sozinha em casa. Deitada em sua cama. Sua cachorra lambia os dedos de sua mão esquerda, com aquela língua lisinha e quente. Ela sorria.
Mas nada havia mudado. Ela continuava sozinha.
Acordou com a mãe lhe chamando pra ir á aula, e dando-a os parabéns pelo seu aniversário. Ela sorriu para a mãe, dizendo-lhe que não iria a aula. Depois, contou-lhe sobre as primeiras pessoas a darem-na parabéns na noite anterior, feliz, sorrindo. A mãe riu com ela, beijou-a, apagou a luz do quarto e foi trabalhar.
O pai e a irmã, deram uma passada em seu quarto, mas desses ela não se lembrara, pois estava meio dormindo. Ou porque não eram tão importantes quanto a mãe.
Todos se foram, tomando seu rumo. E ela ficou ali. Deitada. Pensando.
Dormiu.
Acabou acordando só com a mãe novamente a chamando, mas dessa vez para ir almoçar na casa dos seus avós, que consequentemente moravam ao lado da sua casa. Ela se levantou, o vento empurrou a cortina contra a parede branca, e ela sorriu. Botou uma roupa quente, pois aquele vento veio também em sua direção, e era gelado, significava que estava frio. Desceu as escadas, e foi.
Chegando lá, todos a haviam esperado para começar a cantar o famoso "Parabéns pra você". Ela começou a rir, abraçando-os, um de cada vez. Todos sentaram, comeram, riram, lembraram de quando ela era pequena, e comentaram como estava bonita e crescida. Em seguida, quando terminou de almoçar, ela agradeceu-os por tudo, e retornou para casa.
Viu que não havia nada para fazer, acabou por voltar para a cama.
Pegou seu notebook e começou a ler os recados que haviam deixado para ela em seus perfis online. Nada de mais. Nada de surpreendente. Nada fora do esperado. Nada que a deixasse realmente feliz.
Era seu aniversário. Mas e daí? Tudo continuava igual.
A tarde passava, e ela continuava ali em seu quarto, lendo mais e mais coisas clichês e normais para uma aniversariante.

Exatamente as 15:07, recebeu a primeira mensagem sem remetente em seu celular. Pelo que estava escrito, ela sabia quem era. Ela sabia que era ele.
Levantou da cama, se arrumou, botou no rosto seu melhor sorriso, como ele havia pedido, e saiu. Sem hora pra voltar, sem ter pra onde ir. Ainda sozinha. Mas pela primeira vez, feliz por estar sozinha.
E foi.
Comemorar sua sobrevivência esses desesseis anos. Comemorar a vida. Comemorar os amigos, a família, o amor, e tudo de mais perfeito que havia nesse mundo.
Enfim então, saiu com o seu melhor, e mais lindo sorriso, para comemorar seu décimo sexto aniversário. Ainda sozinha, mas levando com aquele sorriso, ele - que pela primeira vez habitava seus pensamentos, e a deixava mais feliz do que nunca.

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