quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Our turn

Percebi então, que permanecer sozinha talvez não fosse minha melhor opção.
Muitas coisas tinham mudado desde então.
Sempre precisei de um pouco mais de atenção, e talvez até de um carinho a mais.
Nos últimos dias eu andava tão carente. Carente de amor. Carente de sorrisos. Carente de abraços.
Meus amigos estavam sempre comigo, mas eles nunca supriram a necessidade de uma pessoa especial na minha vida. Uma pessoa que fizesse eu me sentir especial. Sem mudanças, especial assim, como sou; Meio errada, meio com medo, meio carente, meio confusa, meio medrosa.
Eu não sabia nem atravessar a rua, mas eu sabia, ao menos, que faltava alguém pra essa história ter um final realmente feliz.
Eis que no meio de tantos medos, indecisões e carência, surge você. E de você, não tenho muito o que dizer ainda. Só sei que parece que todos os medos e tristezas somem quando você abre seus braços para mim, e me chama pra seguir caminho com você. Sei que surge um sorriso enorme no meu rosto, com todas as besteiras que você fala.
Eu gosto quando você afasta os meus medos e tristezas. Gosto quando você me faz sorrir. E acho que gosto de você também.
E no fim das contas, acho que você não vai me deixar aqui; sorrindo sozinha.



Espero que o fim da tarde venha com você.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Epílogo

.. E eu disse que estava com saudades, depois de muito tempo, quando eu tinha começado a viver razoavelmente bem se você. E no outro dia, você bate à minha porta, com aquele sorriso sincero, que você sabe que eu amo, e que acabo sorrindo junto, só de ver que você voltou.
Ou pelo menos veio me visitar. Me dar uma injeção de ânimo, ou simplesmente deixar uma mensagem subliminar, de que é pra mim continuar esperando que nossa hora vai chegar.
Ou não.
Depois de um bom papo, percebemos que não mudamos, que nada mudou... e nunca vai mudar. Sentamos no sofá. Você me faz rir como uma criança, e eu sei que você gosta disso.
Só não sei se você gosta de mim.
Brincamos um pouco, deitados no chão, como dois cachorrinhos sem dono. Você com as suas segundas intenções visíveis...
E chega a hora da verdade... Você diz tudo o que eu não quero ouvir, as verdade que estavam dentro de você, diz que desde que eu fui, eu voltei outra e tudo mais, aquelas suas verdades, que realmente são verdades, entende?
Depois de algumas provocações aqui, outras ali. Chega a hora do tchau. Ou será até logo ? Eu não sei.
Nos abraçamos. Aquele abraço que encaixa, aquele nosso abraço. Mas nesse dia, eu abracei você de maneira diferente, foi um abraço dizendo "Fique mais ! Você sabe que me faz bem. Fique aqui, deixe ela"... Mas parece que você não entendeu, ou não quis entender. Ao certo não sei, nunca entendi você mesmo...
E você foi... Foi embora... E até hoje não voltou...





Isso é só uma lembrança minha, ou um sonho, um desejo... Ou alguma coisa assim. Mas seja o que for, acaba aqui.
Cansei de lembrar, sonhar, desejar, algo ou alguém que não quer lembrar de mim, sonhar comigo ou me desejar. Cansei mesmo.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

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Um amor impossível, uma carta ilegível
e um livro de drama,
só pra fazer companhia.
A minha correria, desalegria,
um cigarro
e um copo de bebida, doce.
Pra ver se toda essa amargura vai embora,
de vez.
Na minha boca falta algum gosto,
só tem desgosto,
de tanto desamor.
Toda vez que tento abrir meu coração,
minha mente diz não,
concordo.
Te aquieta coração !
Termino assim,
sem noção,
sem coração,
sem direção.
Sem nada. Com tudo.
E talvez, talvez...

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Em meio a todo esse caos


Respeito a quem sobrevive a tudo isso... Esse lixo que virou nossa sociedade.
Pessoas imunes ao amor,com falsos sorrisos no rosto, e mentiras correndo loucamente nas veias, juntamente com as drogas pesadas.

O amor sumiu.
E o pior de tudo:Ninguem notou.

Com o coração longe de todo esse caos caótico, alguma pessoas se destacam. Pessoas que são talvez como eu, ou como você. Que realmente correm atrás da real felicidade, e não se satisfazem com os pequenos e rápidos momentos de felicidade instantânea.
Pessoas que procuram o bem, o bem real, aquele que faz bem pro coração, que cura, que faz sorrir.
Meus sinceros parabéns, às pessoas que conseguem fechar os olhos para os políticos, que infelizmente nunca vão mudar.
E no meio de todo esse lixo, eu volto a perguntar aqui...
E O AMOR ?
Aquele... que existia no tempo do meu, e do seu avô.
Talvez o mundo todo esteja errado, e só essas pouquíssimas pessoas estejam certas.
Talvez eu, e você, apenas tenhâmos nascido no século errado.

Dúvidas demais. Perguntas demais.
Respostas e esclarecimento de menos.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Quatro paredes


Eu não queria, juro. Não queria te machucar, desculpe.
Só tinha cansado. Cansado de ser a perfeita para você. E eu não era perfeita, e nem pra você.
Estava cansada de viver a vida dos outros, pensar sempre nos problemas dos outros, e sempre deixar a minha vida e os meus problemas em segundo plano.
Acho que aquilo tinha algo a ver com amadurecimento, ou alguma coisa assim, e eu precisava amadurecer, crescer ou seja lá o que fosse.
Eu não aguentava mais aquilo.
Acabei ficando presa, em meio a quatro paredes que eu mesma criei, e esqueci de botar portas e janelas, para mim se quer respirar, ou dar uma volta quando fosse preciso. E pouco a pouco, o ar ia se acabando, e eu ia junto com ele.
E agora, quase sem forças, por sorte, achei um tijolo, em meio a tantos outros, que está frouxo, tento empurra-lo, mas parece ter alguém do lado de fora, que faz força contra, que não quer me deixar sair, não quer que eu mude, cresça, e me liberte daqui.
É você.
Você não sabe, mas dói muito mais em mim; que com o pouco de ar que me resta, tento empurrar esse tijolo, para fugir daqui; do que em você, que vai me perder se eu sair daqui.
Com minha última chance de sobreviver, já sem fôlego, empurro agora com toda a força que me resta, esse maldito tijolo.
E ele cai. Consegui.
Mas acho que acertou alguma coisa. Acho que ele te acertou. Na verdade, acertou na mosca o seu coração.
Me desculpe, não foi por querer. Era você ou eu. E pela primeira vez, decidi viver a minha vida, e fazer o que era melhor pra mim. Tente entender.
E me desculpe, por pela primeira vez, ter escolhido o melhor para mim, e não para você.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Os caminhos são lindos, e é necessário caminhar


E eu to aqui né, ainda caminhando. Sem rumo, sem destino, sem futuro certo , e quase sem forças. Mas eu tô. Tô só fazendo o que disseram pra eu fazer ; seguir em frente, e eu to seguindo.
Sozinha, cansada, mas ainda me frente.
Olho pra trás, e só vejo pegadas. Pegadas vindas de lugar nenhum e indo para algum lugar desconhecido, logo à frente.
Eu só quero que surja alguém, de uma dessas tantas curvas, que eu insisto em passar reto, e esse novo alguém pegue na minha mão. Ele pode só pedir se tô com frio, ou se quero companhia pra seguir, se preciso de colo, carinho, ou alguma coisa desse tipo. Ou nem precisa falar nada, só deixar eu sentir sua presença perto de mim, sua mão na minha ou sua respiração no meu ouvido.
As curvas são escuras e frias, mais do que a estrada reta, que eu insisto em seguir. E eu não canso de esperar, que algum dia, surja alguém de uma dessas curvas, para me encontrar e seguir comigo.
Quem sabe daqui uns dias, eu desista de tanto seguir em frente ; com frio, carente e sozinha, e descordando de tudo e de todos, eu entre em uma dessas curvas frias, só pra ver o que acontece.
Coragem !
Minha cabeça já tá doendo sabe, de tanto seguir essa estrada reta, e eu já tô cansada de ter que parar de meia em meia hora pra te mandar notícias.
Logo em frente tem uma curva, ela parece menos fria que as outras. Então, se eu sumir, me perder por aí, você saberá onde eu estou. Só você.
Mas por favor, não venha me procurar.
Não ligue, não corra, não morra. Por favor !
Vou me perder nas curvas de alguém por esses caminhos escuros. Me divertir, e enlouquecer um pouco. Só para variar.

domingo, 17 de outubro de 2010

Anjos


Agora, deitada, percebo que o travesseiro tem sido meu melhor ouvinte nos últimos dias.
Sigo. Pensando. Caindo aos pedaços, e sendo empurrada e encorajada, por alguns novos anjos, que apareceram por aqui, e me aqueceram, entre suas asas, quentes e branquinhas.
Para chegar aqui, perdi algumas pessoas pelo caminho. Algumas, sei que farão falta, outras nem tanto.
Ninguém é insubstituível.
Aprendi lições neste caminho. A mais importante; não preciso de mais ninguém para seguir. Posso muito bem seguir sozinha. Encontrar anjos novos. Deixa-los. E continuar sozinha.
Depois de muito tempo procurando alguém, para me aquecer, comprei cobertores novos, e até um lençol térmico. Pensei também, que eu iria sentir falta de alguém ao meu lado na cama, então, gastei o resto da minha mesada em ursinhos, - que são uma ótima companhia à noite, não roncam e ainda por cima me confortam.
Durmo, e sigo muito melhor.
Sozinha.
Percebi, que ninguém pode mandar em minhas pernas, pra eu continuar em pé. Só eu mesma.
E continuo, na minha vida solo.
Que os novos anjos me protejam, e me guiem, pois não preciso de mais ninguém além de mim mesma para continuar seguindo.
E sigo.
Adeus.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O meu melhor sorriso, é seu.


Quatorze de Outubro. Um dia normal, como todos os outros. Apesar de ser seu décimo sexto aniversário, nada havia mudado pra ela. Não ainda.
Muitos recados no orkut, twitter, e todos os outros meios de comunicação online, ligações, mensagens. Nada de mais. Nada á mais do que normal.
Não pra ela.
Havia uma coisa que a estava deixando louca. Ela estava sozinha em casa. Deitada em sua cama. Sua cachorra lambia os dedos de sua mão esquerda, com aquela língua lisinha e quente. Ela sorria.
Mas nada havia mudado. Ela continuava sozinha.
Acordou com a mãe lhe chamando pra ir á aula, e dando-a os parabéns pelo seu aniversário. Ela sorriu para a mãe, dizendo-lhe que não iria a aula. Depois, contou-lhe sobre as primeiras pessoas a darem-na parabéns na noite anterior, feliz, sorrindo. A mãe riu com ela, beijou-a, apagou a luz do quarto e foi trabalhar.
O pai e a irmã, deram uma passada em seu quarto, mas desses ela não se lembrara, pois estava meio dormindo. Ou porque não eram tão importantes quanto a mãe.
Todos se foram, tomando seu rumo. E ela ficou ali. Deitada. Pensando.
Dormiu.
Acabou acordando só com a mãe novamente a chamando, mas dessa vez para ir almoçar na casa dos seus avós, que consequentemente moravam ao lado da sua casa. Ela se levantou, o vento empurrou a cortina contra a parede branca, e ela sorriu. Botou uma roupa quente, pois aquele vento veio também em sua direção, e era gelado, significava que estava frio. Desceu as escadas, e foi.
Chegando lá, todos a haviam esperado para começar a cantar o famoso "Parabéns pra você". Ela começou a rir, abraçando-os, um de cada vez. Todos sentaram, comeram, riram, lembraram de quando ela era pequena, e comentaram como estava bonita e crescida. Em seguida, quando terminou de almoçar, ela agradeceu-os por tudo, e retornou para casa.
Viu que não havia nada para fazer, acabou por voltar para a cama.
Pegou seu notebook e começou a ler os recados que haviam deixado para ela em seus perfis online. Nada de mais. Nada de surpreendente. Nada fora do esperado. Nada que a deixasse realmente feliz.
Era seu aniversário. Mas e daí? Tudo continuava igual.
A tarde passava, e ela continuava ali em seu quarto, lendo mais e mais coisas clichês e normais para uma aniversariante.

Exatamente as 15:07, recebeu a primeira mensagem sem remetente em seu celular. Pelo que estava escrito, ela sabia quem era. Ela sabia que era ele.
Levantou da cama, se arrumou, botou no rosto seu melhor sorriso, como ele havia pedido, e saiu. Sem hora pra voltar, sem ter pra onde ir. Ainda sozinha. Mas pela primeira vez, feliz por estar sozinha.
E foi.
Comemorar sua sobrevivência esses desesseis anos. Comemorar a vida. Comemorar os amigos, a família, o amor, e tudo de mais perfeito que havia nesse mundo.
Enfim então, saiu com o seu melhor, e mais lindo sorriso, para comemorar seu décimo sexto aniversário. Ainda sozinha, mas levando com aquele sorriso, ele - que pela primeira vez habitava seus pensamentos, e a deixava mais feliz do que nunca.

Desaniversário


Lebre: Aniversário? Há, há! Não é chá de aniversário.

Chapeleiro: Claro que não! É chá de desaniversário.

Alice: Desaniversário? Não entendo.

Lebre: Só há um dia no ano em que você comemora seu aniversário.

Chapeleiro: Portanto, os outros 364 dias são desaniversários.

Alice: Então, hoje é meu desaniversário!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Montanha russa




Minha cabeça já está doendo de tantas voltas e voltas que dei. Daqui a pouco, acho até que vou vomitar. Nunca fui disso, meu estômago sempre foi forte, mas já rodei, fui, voltei, subi e desci tantas vezes, que ele não aguenta mais, daqui a pouco vai precisar botar tudo pra fora.
Eu só queria que tudo isso parasse de subir e descer, e tomasse um rumo, de uma vez por todas. Queria que tudo se acertasse, e todos voltassem a sorrir novamente. Como no início, quando nos sentamos nessas cadeiras, dispostos a tomar nossos lugares, subindo e descendo à todo custo.
Há cada dia, mais gente vai embora dessa montanha russa, mas ela nunca pára de subir e descer. Muita gente chega também, mas não existem substituições nessa montanha russa, cada um tem o seu lugar, a sua cadeira marcada. Alguns, trocam de cadeiras, por intrigas com os vizinhos de fila, mas ninguém ocupa o lugar de ninguém por aqui.
O preço é baixo, só queremos lealdade, só. Para alguns esse preço é alto, para outros não. E para você ?
Alguns começam pagando-nos muito bem, e depois nos apunhalam pelas costas. Por outros, já temos um carinho, pelos anos que estão sentados nas mesmas cadeiras, ao nosso lado, e façam o que fizerem, sempre os deixaremos ficarem, ali, ao nosso lado. Alguns outros, chegam do nada, e nos conquistam, conquistando também um lugar ao nosso lado, e até um colo, um abraço, e um afago quando precisam.
E por mais que minha cabeça rode, doa, e eu até vomite, eu não vou sair dessa montanha russa, porque essa é a minha. Terei de superar tudo isso, e continuar. Com máscaras ou sem máscaras; sozinha, ou com pessoas nas cadeiras ao meu redor; com vento, ou sem vento no rosto; eu continuarei, até essa minha montanha russa decidir se fica em cima, ou embaixo, e decidir também, quem vai ficar até o fim ao meu lado, e quem sairá de perto de mim.


...Não aguento mais, já estou vomitando a uma meia hora, me sinto fraca !
Agora, ao meu lado já tão tem mais ninguém. Os motores pararam. Os barulhos estão dimunuindo, e as luzes se apagando. Aqui termina o nosso show de sobes e desces.
E eu vou embora daqui, fraca, sozinha e no escuro, mas viva.
E você, continua até o fim ou pára por aqui, e vai embora comigo ?

sexta-feira, 8 de outubro de 2010


Lá estou eu em mais uma mesa com risos pela metade. Olho pro lado e sinto uma saudade imensa, doída, desesperançada e até cínica. Saudade de alguma coisa ou de alguém, não sei. Talvez de mim, de algum amor verdadeiro que durou um segundo...
Meus amigos me adoram. Mas será que eles sabem que se eu estou morrendo de rir agora, mas daqui a pouco vou morrer de chorar? E isso 24 horas. E eu, mais uma vez, olho para o lado morrendo de saudade dessa coisa que eu não sei o que é. Dessa coisa que talvez seja amor.
Odeio todos os amores baratos, curtos e não amores que eu inventei só para pular uma semana sem dor. A cada semana sem dor que eu pulo, pareço acumular uma vida de dor.
Preciso parar, preciso esperar. Mas a solidão dói, e eu sigo inventando personagens.
Odeio minha fraqueza em me enganar. Eu invento amor, sim e dói admitir isso.
Mas é que não aguento mais não dar um rosto para a minha saudade.
É tudo pela metade, ao menos a minha fantasia é por inteiro.. enquanto dura. No final bruto, seco e silencioso é sempre isso mesmo, eu aqui meio querendo chorar, meio querendo mentir sobre a vida até acreditar.
E aí eu deito e penso em coisas bonitinhas. E quando vou ver, já dormi.
(Tati Bernardi)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Untitled


Esse vento, que entra pela fresta da minha janela, já está me irritando. Ele bate em mim, e me congela, pouco a pouco. E não tem ninguém aqui para me derreter, se por um acaso, eu congelar por completo. Acho que terei que admitir, falta alguém ao meu lado por aqui.
Sempre tentei deixar o mais claro possível, para mim mesma que seria feliz só. Eu e eu. E nesse filme, que eu ainda não descobri se é drama, comédia, ficção, terror ou romance, eu seria a única protagonista. Sem um par. Sem casal, e sem final feliz. Não preciso de finais felizes.

Falando nisso, porque as merdas dos finais, sempre são felizes ?
Na vida real, no mundo em que vivemos, não é assim. Nem existe mais amor hoje em dia, só pra começar bem o assunto.
Tenho pena dos meus possíveis filhos, nem vão saber o que foi esse tal amor, e pena de mim também, pois no auge dos meus - quase - 16 anos, ainda não sei o que é.
As vezes penso que sei, mas não sei, não mesmo.

Acho que junto com esse vento, vem seu cheiro, só pode. Porque eu não paro de pensar em você um minuto se quer, isso não é normal. Não pra mim. Não agora, nem aqui.
Me levanto da cama, quente, e saio do quarto, talvez assim você saia da minha cabeça.
E não sai.
Caminho pelo corredor, em busca de alguma coisa que aquiete meu pensamento, fixo o olhar para a janela, vou até lá e abro-a. Sinto um vento congelante entrar por ela, ele seca meus lábios, e faz com que meus olhos se encham de lágrimas, aproveito a abertura, e já choro tudo que tenho que chorar ali. Sozinha, em silêncio, no meu canto e quase congelando. Com o vento sendo minha única companhia.

Por um segundo, você sai do meu pensamento. Penso na vida, e em como tudo mudou de uns tempos pra cá. Aproveito e faço o mesmo trajeto, voltando pra cama e deitando-me.

E agora sim, posso dormir em paz, sem você, arruinando meu sono, e vivendo em meus sonhos. Que insisto em dizer que são pesadelos.
Queria, queria com todas as minhas forças, mas não sei se ainda quero.
As pessoas cansam de esperar, por quem sabem que não vai vir, e agora, me juntei a um grupo de pessoas cansadas.
Estou cansada de tudo.

E se eu sumir, me deixe.
Jurei a mim mesma ficar só.
Só não jurei por quanto tempo.

E tenha uma boa noite.

domingo, 3 de outubro de 2010

Querido novo alguém,


Me assusta, o modo como as coisas estão andando rápido para mim, o modo como eu volto a sentir arrepios ao falar com alguém, o modo como minhas mãos tremem, e meu coração palpita mais e mais rápido. Sempre tive essa mania de me apegar fácil, e gostar demais, e muitas vezes, acabei quebrando a cara. Admito que mesmo assim, nunca deixei de acreditar, o amor me encanta. E eu adoro me deixar encantar por novos alguéns. Descobrir seus segredos, e ter a liberdade para revelar todos os meus. Passar horas e horas conversando, sem se dar conta do tempo, dos problemas, e até mesmo do mundo lá fora. Esquecer de tudo que me faz mal, e ter certeza de que ao menos uma pessoa consegue trazer todo o bem que eu preciso.
Sinceramente, há muito pouco tempo, eu cheguei a resistir por um momento, desacreditar em todos esses encantos.
E foi de repente que você apareceu, como quem não quer nada...
Ainda não sei muito bem o que esperar de você, não sei bem o que falar, ou como agir, me sinto meio que de mãos atadas.
Mas ao mesmo tempo, é como se eu estivesse mais segura do que nunca, então continuo aqui; tentando deixar para trás meus dias de chuva, e me deixando levar por esses novos dias de sol.
Por fim, não sei lhe dizer muito bem o que ando sentindo, mas espero que seja bom. E espero que você goste, porque eu sinto que se você gostar, eu vou gostar também.
Com amor, seu novo alguém.

sábado, 2 de outubro de 2010

Ele a achava linda,


ela o queria sempre por perto.
Não era simples assim, como nas novelas.
Atrás daqueles grandes olhos, pintados, amedrontados, existia muito mais medo, do que carinho, afeto...
E toda noite, antes de apagar a luz forte que vinha do abajur, ela pedia baixinho: " Sai daqui medo,vai pra longe, vai. Me deixa viver."
E ele, mesmo sem saber dos pedidos dela, pensava sempre antes de dormir, em estar, de alguma maneira, junto com ela.
Mal sabia ele, que ele estava junto com ela. Não só nos sonhos, ou no pensamento. Mas guardado involuntariamente dentro de um órgão pulsante, que ela nem se lembrava que existia, antes de ele aparecer, para fazê-la lembrar...
E dormiram os dois.
Separados.
Mas juntos. Unidos. Interligados.
Amor.