segunda-feira, 8 de novembro de 2010

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A música começa a tocar. Seu rosto, pouco a pouco, fica mais molhado. Repleto de meias lágrimas, que escorrem por seus olhos, percorrendo suas bochechas rosadas, e chegando enfim à sua boca, que consome levemente todas aquelas metades de algo que nunca existiu.
Lágrimas que não doem quando escorrem por seu rosto, ou quando são tomadas por sua boca, doem quando seu coração percebe o porque elas estão caindo tão frequentemente.
E o motivo é sempre o mesmo.
Maldita solidão.
Nos últimos dias ela anda me consumindo. Cada vez mais.
Daqui a pouco restará só o meu pó.
E quando essa hora chegar, por favor, me deixe escorrer pelos seus dedos, grande e finos, como pequeninos grãos de areia.
Me deixe voar. Me deixe ir embora de uma vez por todas. E para sempre.
Como as folhas, no outono, que caem, e vão se arrastando pelo chão, e dançando conforme o vento, involuntariamente.
Me desculpe, só preciso ir embora.

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