quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Ontem, chorei

Chorei.
E eu nem sabia ao certo porque.
Era uma dor, que vinha de uma parte do meu corpo que eu nem lembrava que existia; vinha do coração. Do fundo dele, da parte mais funda, e escondida dele.
Parecia que ia acabar comigo. Que ia me deixar em pedacinhos, rolando pelo chão.
Era uma dor tão forte, mas tão forte, que eu não aguentei, e tive que bota-la pra fora. E a única forma que encontrei, foi chorando.
Eu não sabia de onde vinha aquela dor.
Meu cardiologista sempre disse que eu nunca teria problemas no coração. Então, eu não sabia mesmo o que era.
Sequei aquelas lágrimas, e comecei a pensar, de onde viera tamanha dor. Eu nunca à havia sentido com tanta intensidade em meu peito.
Depois de alguns segundos, com o rosto sem lágrimas, e com a cabeça pensando a mil por hora, cheguei a uma conclusão que parecia a mais correta; era saudade, a pior dor que alguém poderia sentir.
E eu estava sentindo. Era horrível.
Comecei a lembrar de tudo que passamos naquele Janeiro, e mais lágrimas rolaram pelo meu rosto. Eu ia lembrando de mais coisas, de mais momentos, de mais pessoas, de promessas, de juras de amor, e cada vez com menos forças eu ficava, e mais lágrimas escorriam pelo meu rosto.
E eu não sabia como parar aquilo.
Doía. Doía mais que tudo que eu já havia sentido.
Era saudade, e eu não fazia a mínima idéia de como tirar aquilo do meu peito.
Chorei mais um pouco, pra ver se tamanha saudade, escorria junto com tantas lágrimas que estavam saindo dos meus olhos. Não resolveu. Não parou de doer.


Com o tempo, depois de muitas lágrimas, de muitos dias, de muitos meses, de quase um ano, a saudade ainda bate na minha porta de vez em quando. Ainda me faz sentir dor. E dói.
Mas logo diminui tamanha dor.
Já me acostumei a viver assim, sentindo sempre falta de alguém. Falta de algo. Falta de uma parte de mim, e do meu coração.
Queria também, sentir falta dessa saudade toda, que me consome as vezes, e me faz derramar tantas lágrimas, lembrando de coisas que eu só queria reviver.
Mas continuo vivendo.
Quem sabe um dia, eu mate essa saudade toda, e depois, sinta saudade de sentir saudade, e só.

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