sábado, 3 de setembro de 2011

Quase nós

Novamente me pego aqui; com os dedos sobre essas teclas que sempre expressaram muito bem tudo que senti, mas agora não expressam mais. Eu não aguento mais! Eu já cansei de digitar e te escrever sempre a mesma coisa, nossa história é uma só; eu te odeio com todo o amor que há em meu coração, mas nunca tive nem um pingo de certeza sobre os teus sentimentos e pensamentos sobre mim. Cansei de escrever aqui que eu já cansei de dizer o quanto queria correr até a tua janela e berrar o quanto eu te amo, cansei de escrever que te esqueci e que agora só quero ser feliz (e, com essa ultima mentira, acabei machucando não só a mim mesma dessa vez, e doeu, em mim também), cansei de escrever somente mentiras. Por isso, parei. Parei de escrever porque qualquer menção que eu faça, qualquer pensamento sobre deslocar os meus dedos sobre essas teclas e redigir algumas palavras sobre uma tela branca, fazem minha mente lembrar do teu nome e de tudo o que passamos pseudo-juntos.
Eu juro, já tentei de tudo; reza, macumba, benzedeira, cigarros, bebidas, mas nada adiantou; eu não consigo te esquecer. E quem volta sozinha pra casa nessas noites frias sou eu.
De ti eu nem sei mais, também parei de tentar saber. Parei de investigar a tua vida.
Ainda me lembro da ultima vez em que nos vimos; nossos olhares, como sempre, se fitaram a noite toda. De longe, quietos, com nossos copos da mesma bebida - doce e fraca, nas mãos e os olhares focados para o mesmo lugar. De longe, nos olhávamos. E foi assim, a noite toda, somente olhares. Mas final, sempre foi somente isso, não é mesmo? Somente olhares ao longe, corpos separadamente colados, mentes distantes, diálogos somente ensaiados e nunca falados. Nossos diálogos são mentais, nós não conseguimos colocar em discurso direto o que precisamos ouvir um do outro. Nossas conversas serão sempre puramente idealizadas e infelizmente nunca realizadas.
Mas... mas nada! Todas as possibilidades desse meu amor virar nosso amor, viraram um nada nessa cidade cheia de almas vazias. Todos os planos, permaneceram somente sendo planos: jamais se realizaram.
A pessoa 'nós', existiu somente por uma noite, que já acabou faz tempo. Já passou da hora de acordar.
Mesmo sem ter ao lado da cama tu, pra eu acordar e ficar te olhando dormir.

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