terça-feira, 27 de setembro de 2011

Um

Não sei porque.. são 00:17 e eu preciso dormir mas não consigo. Não consigo parar de pensar em ti e em nós e em tudo aquilo. Lembrei agora de quando eu te liguei e ainda não sabia o número de cor, (e admito que ainda não sei) e só de abrir a agenda telefônica do meu velho celular meu coração disputava entre tantos dígitos, mas como a coragem caminha ou destrói o desejo (e por entre nós sempre foi larga a rua e você fingia que nunca sabia quem era quando atendia, e também ficava louco por eu ter sido mais corajosa e ligado antes, por que também tinha enfrentado aquelas hesitações e finalmente se sentir sem elas é tão mais fácil). Depois de tudo.. foi um telefonema também, a última coisa que houve. Mas sabe, a vida flui, tão longa. A minha coluna vertebral dói faz tempo.. daqui um tempo será só um fóssil vivo no fundo do oceano. Queria me derrarmar nele pra fora das encostas colunares das agendas, telefônicas e diárias. E entender que nada tem data de validade. Parece que vou mergulhar até encontrar o nosso passado-recente por entre tanta areia.
Sem telefonemas ou qualquer sinal de vida, só por esta noite. Hoje ficarei só com o meu falso barulho de mar. Falso como o meu sorriso e vontade de levantar com o nascer do sol amanhã. Sinto saudades, boa noite.

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