quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Rastros

Talvez, eternos mesmos, só o que for ameno, porque o que for intenso, como um rastro de bala, vem só de passagem, e quase sempre nos dilacera um pedaço em cada passada.
Passadas essas, musicadas e eternas, que formam pegadas eternas em nossa mente que acaba por nos importunar todas as noites: Faremos ou deixaremos de fazer? Será ameno? Eterno? Imenso?
Ninguém, exceto quem provou, sabe quão doce são os beijos, aconchegantes os abraços, acolhedores os descasos e falsos os sorrisos seguros. Ninguém, exceto quem provou, sabe que de doce, ninguém se sacia por completo.
Cedo ou tarde a lágrima acaba por rolar de tanto insistir, e, como sal, escorre queimando pelo rastro do que foi intenso. Intenso mesmo? Certeza? Porque não, então, eterno?
Por que você sabe.. nunca esquecerá o gosto doce. Mas, mesmo sendo melhor, mesmo provando de novo, e de novo e de novo, enjoaria. O doce, não depende do tempo, sempre enjoa. O doce do perfume, o doce do toque, o doce do ser como se é; o doce que mesmo com a cara cheia de passadas e passados, pegadas e pegados, ressalta ainda mais as marcas do quanto queimou o passar de cada lágrima por cada vão dos muitos rastros.
Rastro, salgado, este, que nem querendo vai conseguir entender, de onde vem ou pra onde vai. Um rastro que nem eu querendo, com essas palavras, conseguiria te explicar. Um rastro que não foi deixado por você, e que sabemos, também não será você quem conseguirá apagar.
Talvez eu devesse parar por aqui, sem respostas pras suas perguntas, sem justificativas pro que eu admito ser ou não ser, fazer ou não fazer, pensar ou não pensar.
Talvez eu devesse parar por aqui, sem você pra tentar me buscar de onde, talvez, eu ainda não queira sair.
Sem ninguém além de mim e de meus rastros.
Sem ninguém além de mim pra saber a hora de curar essas marcas e qual será o melhor remédio.
Se esse não for o tempo, certamente, você também não é.


Autoria: Thaís Gaspari (@thaisthaisbjs), Marieli Casarotto (@_m4rieli).

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