sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Mi abrigo


Traz contigo meu abrigo, traz
me esfria no calor com esse teu amor.
Queria te ter mais perto,
como quem quer água no deserto.
Queria te ver de longe, quando não sei pra onde
não sei pra onde olhar, teus fleches vão me cegar.
Corro, onde me escondo já nem sei mais.
Se não tem braço, nem abraço,
se fujo do acaso pra não me matar.
Deserto mesmo, é mundo sem ti.

De ti, não espero mais nada.
Sem mais beijos descompromissados pelas esquinas, nas madrugadas.
Se pudesses me dar, até te pediria mais amor
mas como andam as coisas, ficarei só com a minha, e a tua dor.
Ficarei com a falta, que condena e me cala.
Com a pena, do nosso passado amargo que hoje trago no peito.

Me ajeita no meu leito, daquele teu jeito
bobo, que pede socorro quando te bato com o travesseiro.
Esse, que já ouviu tanto, tão mesmo pranto.
Que de maquiagem já borrado, talvez até meio surrado, confiou segredos.
Meus medos, teus medos,
e mais alguns segredos.
Medo de ir, medo de ficar,
enfim parado, fica no lugar.
Olhando pra mim, olhando pra si,
talvez se pergunte o que ainda fazes aqui.

Traz contigo uma reposta,
sei que minha procura, não te importa.
Mas abre essa porta, deixa eu entrar
deixa eu te mostrar todo amor que eu tenho pra te dar.
Te provar.
Não quero ter que te lembrar de trancar a porta depois,
esse lugar, eu fiz só pra nós dois,
mais ninguém.
Nada além.
E que assim seja, Amém.

E se não disse que era amor, agora digo.
Vem, vem ser meu abrigo.



Agradecimentos especiais pela ajuda na formação do texto ao queridíssimo @oguigz, (Guilherme Cavion).

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